20110704

São Macário...qual etapa do Giro!

Sábado 02 Julho 2011
Com o 'Projecto Azibo' na gaveta, tinha prometido a mim mesmo que este fim de semana me iria "vingar".
Lancei o 'isco' a um amigo do pedal e convidei-o a fazer uma coisa diferente, mais ao meu estilo, não um treino, mas uma volta de turismo, para o dia todo! Objectivo - São Macário! Na ementa, tinha previsto duas subidas de 1ª categoria e uma de categoria especial... isto dentro dos meus parâmetros!
Juntaram-se dois estilos diferentes, eu mais a gasóleo e o Pedro a gasolina "98octanas", mas que à partida sabia ao que ía! (Obrigado pela paciência Pedro)
Prevendo um dia bem longo de pedal, saímos de casa pelas 7h. Tempo fresquinho, fazendo esquecer o tórrido fim de semana do S. João.
O percurso escolhido para atingir o primeiro Waypoint - Arouca - era já conhecido, mas nem por isso deixou de ter interesse... Até Entre-os-Rios, pedalamos na companhia do Douro, sem carros a estorvar as primeiras conversas da manhã! Passando para o lado Sul, era a vez de tomar a companhia do Paiva até Alvarenga. Um percurso quase sempre em ascenção, já conhecido por ambos, mas sempre agradável de se fazer. Em Alvarenga primeira paragem, duas bananas na mercearia central (há que fomentar o comércio local!) e um pormenor que ainda não tinha reparado naquelas bandas, uma escola com divisão dos sexos, daquelas à antiga!

Passagem pelas várias "casas dos bifes", descida até ao Paiva onde, na ponte, se preparava uma descida do rio ou outra actividade radical... o que transformava a 'ponte do silêncio', num local com muito movimento (3 carros)!!!
Agora vinha a primeira dificuldade do dia (1ª categoria!?), uma subida de cerca de 7km com algumas rampas de fazer levantar do selim... depois a recompensadora descida até Arouca!
Finda a descida, e seguindo as indicações do track desenhado, fomos parar a uma pequena estrada com umas rampas absurdas (o garmin marcou 32%) onde tive de apear (não tinha andamentos para aquilo!!), o Pedro valeu-se da pedaleira tripla (que deve ter sido usada pela primeira vez...)! Regressando a estradas transitáveis, chegava o momento de entrar no 'desconhecido'.

Seguimos em direção a Ponte de Telhe, uma pequena localidade situada lá bem no fundo. A partir daqui não vimos planícies nem planaltos, só grandes ou enormes montes a erguerem-se por todos os lados. Subimos em direção a Janarde e Meitriz, aldeias piturescas, com meia dúzia de casas e onde parece não existir ninguém! Sitios onde os cemitérios, quando existem, estão situados em locais previligiados, com vistas fabulosas sobre os enormes vales e encostas do monte oposto...
Claro que a estrada era um constante sobe (muito) e desce (muito), um chamado parte pernas e braços!!! Chegados a Meitriz, encontramos dois habitantes que restauravam uma casa da aldeia (é de saudar um crescente trabalho de restauro nestas aldeias) a quem perguntamos se não haveria por ali um café... Resposta pronta: "Aqui não há nada disso! Só em Covas do Monte, do outro lado!!" Ainda bem que ele estava enganado... mas não muito! Passamos no centro de Meitriz, com as caracteristicas ruas estritíssimas em empedrado, e continuamos estrada fora....



...durante 200m, depois a estrada acabava! Sim, estavamos quase no fundo de um monte sem estrada para continuar... mas havia um caminho, de terra, por onde o track nos mandava (é o que dá desenhar no google). Paramos, ponderamos, e seguimos... não sabiamos por quanto tempo, mas um bocado de "sterratto" não faria muito mal às fininhas!!


Felizmente não houve furos e o "sterratto" só durou uns 2km! Foi um bom teste à resistência mental dos atletas e física das máquinas! A terra deu então lugar a um maravilhoso e novo tapete de 'espiche', ligeiramente a subir, que foi um pequeno rebuçado que serviu de aperitivo à valente subida que se erguia à nossa frente... Pelo que tinha investigado à secretária, a subida teria cerca de 10km com algumas rampas assustadores e um acumulado de cerca de 450m, não tive boas sensações nesta subida, obrigado Pedro pela paciência!! Passando por Covas do Rio, sempre com o São Macário presente, as fabulosas paisagens sempre serviam para fazer umas paragens 'técnicas' para tirar umas fotos!!
Impunha-se há já alguns km's um abastecimento mais a condizer com as paisagens... felizmente o famigerado cafésinho chegou pouco depois de termos vencido a segunda grande dificuldade do dia (a categoria especial HC?!). Café S. João, na aldeia de Além do Rio, onde fomos brindados com umas enormes sandes de presunto e a boa da coca cola! Depois de uma pequena conversa com um local sobre a qualidade das águas, politiquices e o "de onde são, para onde vão" acompanhado de um "a sério?!", abastecemos os bidons na fonte da aldeia, onde encontramos uma caneca que serve para as pessoas que lá vão beberem(!)(serviu-me também para refrescar os musculos), e seguimos, eu já mais bem disposto, para 'atacar' o terceiro prémio de montanha do dia(1ª categoria?!), o São Macário... 

Parecia já ali, sem grande inclinação, mas enquanto a subida se 'desenrolava' verificamos que é daquelas que não mata mas moi (muito). Não sei se pela paisagem ou enquadramento, esta parte do percurso fez-me lembrar o Tourmalet, salvaguardando as devidas proporções... Finalmente no alto do São Macário, pudemos apreciar todos os grandes maciços que nos rodeiam (Estrela, Gralheira, Freita, Arada?...) e também a dura e longa subida que havia-mos feitos um par de horas atrás...





Os cerca de 10km seguintes foram deliciosos a todos os níveis. O nome Portal do Inferno tinha prendido a minha atenção na preparação deste dia, e não me desiludiu... É inferno, mas muito perto do céu. Inferno pelas subidas e descidas que por lá moram (íamos assistindo a um autocarro a arder numa das rampas, aliás o único veículo que passou por nós desde a sande de presunto e até Regoufe, que transportava um grupo de Vila do Conde que parecia a nossa claque, tal foi a 'ovação' à nossa passagem!) e Céu pelas arrepiantes escarpas e formas que aqueles montes tomam, pelas paisagens que nos fazem respirar fundo, pela magnífica aldeia da Pena e pelos vales que se estendem até à aldeia de Drave, a chamada aldeia mágica que infelizmente não tem um acesso viável para as 'fininhas' (não quer dizer que numa próxima incursão por aqueles lados não possa lá ir!!)!
Sabia bem estar por ali!















Mas era hora de sair do 'paraíso' e enfrentar a longa descida até Regoufe... com bom piso mas bastante sinuosa, chegamos rapidamente à aldeia , situada num vale no final dessa estrada ... o desenho do percurso continuava, mas por caminhos de montanha!! No tasco da aldeia, aproveitamos para abastecer, trocar umas impressões com uns bttistas que por lá andavam e decidir o que fazer... voltamos para trás, a subir, até ao cruzamento onde tinha uma placa com a indicação de Arouca .


Agora estávamos no caminho certo. Foi sempre a descer até Ponte de Telhe onde o percurso coincidia com o que fizéramos de manha... Num instante estávamos em Arouca onde paramos numa confeitaria quase que a festejar o sucesso da aventura!!
Mas ainda faltavam uns 50km para regressar a casa, no entanto, o que eram esses km's à vista do que já fizéramos nesse dia?? 
Tranquilamente seguimos pela N224, desviamos em direção ao S Domingos e depois enfrentamos alegremente a descida de cerca de 15km até Entre-os-Rios!

Até Branzêlo, o ritmo ainda foi espicaçado de vez em quando, e o Pedro ainda se punha a fazer treinos específicos de força e mais não sei o quê... Eu lá me aguentei e consegui chegar bem disposto à origem desta grande aventura em duas rodas onde bati todos os records:
202km
4500m acumulado
10m elevação mínima 
1050m elevação máxima
10:30m em cima da bicicleta
12:30m tempo total
132 RC medio
8000 calorias gastas!!

O registo Garmin aqui
Todas as Fotos aqui 

Conclusão: é disto que eu gosto!! 
Extra: Domingo 65km para esticar as pernas e ver o circuito da Boavista no Porto!

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